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  21:25

A opala piauiense, gema única e valiosa de Pedro II, vive um novo ciclo de valorização e reconhecimento global, impulsionado por um investimento estratégico de R$ 1,6 milhão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi) no Arranjo Produtivo Local (APL) da Opala.

Coordenado pelo professor Érico Gomes, do Instituto Federal do Piauí (IFPI), o projeto, que também conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), congrega mineradores, artesãos, empreendedores e instituições de pesquisa, com o objetivo de agregar valor à joia piauiense, reconhecida por sua beleza singular e dureza.

O resultado deste ciclo de investimentos é visível na qualificação profissional, na reestruturação institucional e no início de uma bem-sucedida estratégia de internacionalização, cumprindo a promessa de transformar vidas e gerar sustentabilidade econômica para as comunidades de Pedro II.

APL da Opala: Perspectivas de Futuro

O sucesso do APL da Opala, impulsionado pelo fomento da Fapepi, transcende a mineração e a joalheria, assumindo um papel fundamental na estruturação do turismo mineral de Pedro II. A reativação do Centro de Tecnologia e Artefatos Minerais (Cetam) e a certificação da primeira turma de ourivesaria prometem um ciclo de inovação, empreendedorismo e geração de renda no Piauí.

“Tenho certeza que serão centenas, até milhares de pessoas beneficiadas na região. Isso é o apoio da Fapepi e do Governo do Estado em prol do desenvolvimento da nossa economia piauiense”, projeta Érico Gomes, destacando o impacto social e econômico da iniciativa.

Érico Gomes, professor do IFPI e coordenador do APL da opala (Foto: Maria Catiany)

Os resultados obtidos com o investimento no projeto demonstram que a Fapepi não apenas impulsiona um setor produtivo, mas sim, o desenvolvimento da região, ao garantir a execução de uma série de ações-chave que, em menos de dois anos, reposicionaram a gema de Pedro II no cenário mundial, fortalecendo a cadeia produtiva local e pavimentando o caminho para o turismo mineral.

Para o professor, Érico Gomes, esta representa “a melhor oportunidade em 80 anos” desde o início da atividade do garimpo da Opala de Pedro II, ainda nos anos 40 do século passado.

Projeção global: a opala piauiense no circuito internacional de joais

A política de fomento e capacitação do APL da Opala, apoiada pela Fapepi, culminou em uma série de ações estratégicas que garantiram a visibilidade e o reconhecimento internacional da gema de Pedro II em 2025.

Um dos marcos significativos de inserção no mercado global ocorreu em janeiro, quando o artesão e joalheiro Juscelino Araújo representou o Piauí na Tucson Gem Fair 2025, maior e mais antigo evento de gemas e minerais do mundo, realizado nos Estados Unidos.

Juscelino na Tucson Gem Fair 2025 nos Estados Unidos (Fotos: arquivo pessoal)

A participação no evento, considerado a maior feira internacional de joias e pedras preciosas, foi pioneira, com um estande exclusivo dedicado às opalas brasileiras. Segundo a Fapepi, esse passo marcou a inserção estratégica da opala de Pedro II no mercado internacional.

Em março, ocorreu um movimento de reforço à sustentabilidade, uma equipe de professores da Engenharia de Minas da UFC (campus Crateús) esteve em Pedro II para um projeto de extensionismo, capacitando garimpeiros e pequenos mineradores em segurança e boas práticas de extração.

Visita dos professores da UFC a Pedro II

No mês de abril o APL da Opala celebrou a certificação da primeira turma do curso de Ourivesaria do Cetam. Em maio, uma comitiva do projeto esteve em São Paulo, participando da Feira Tecnológica Tecnogold, um dos principais encontros do setor de joias, gemas e minerais no país. A presença no evento foi fundamental para fomentar redes de negócios e atrair a atenção de investidores e pesquisadores nacionais.

O reconhecimento máximo da qualidade e singularidade da opala piauiense veio em junho de 2025, com a visita de uma equipe de pesquisadores do Instituto Gemológico da América (Gemological Institute of America – GIA). Considerado o maior e mais respeitado instituto de gemologia do mundo, o GIA esteve em Pedro II com o objetivo de coletar amostras e estudar o “DNA das pedras” da região.

O estudo busca traçar a composição química e mineralógica das opalas para construir uma base de dados que possibilite a certificação de origem em nível mundial.

Para Brian Charles Cook, geólogo e fornecedor de gemas, a medida é essencial para valorizar a pedra no mercado internacional e combater fraudes, conferindo à opala piauiense um selo de credibilidade global.

“A opala daqui tem características únicas. Quando entendemos sua formação, podemos certificar sua origem. Isso é fundamental para valorizar a pedra no mercado internacional e combater fraudes”, afirma o geólogo.

Em outubro, o trabalho do APL alcançou o ápice do reconhecimento técnico-científico. O coordenador do projeto, professor Érico Gomes, foi convidado pela Confederação Mundial de Joalheria (CIBJO) a integrar um seleto grupo de 15 especialistas internacionais responsáveis pela elaboração do Guia Internacional da Opala.

Ao participar da criação do documento, que definirá padrões de classificação e terminologia global, o professor assegura a inserção definitiva da opala de Pedro II no padrão global de qualidade, consolidando a expertise piauiense no cenário mundial.

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