
O Brasil passou a ter o segundo maior juro real do mundo após a nova alta da taxa básica de juros do país, divulgada nesta quarta-feira (18) pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O Banco Central do Brasil (BC) aumentou a Selic em 0,25 ponto percentual (p.p.), para 15% ao ano.
O juro real é formado, entre outros pontos, pela taxa de juros nominal subtraída a inflação prevista para os próximos 12 meses. Assim, segundo levantamento compilado pelo MoneYou, os juros reais do país ficaram em 9,53%.
A primeira colocação do ranking continuou com a Turquia, que registrou uma taxa real de 14,44%. Em terceiro, está a Rússia, com juros reais a 7,63%.
Em relatório divulgado nesta quarta-feira, o MoneYou afirmou que a guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos tirou o peso do dólar — em resposta às políticas econômicas protecionistas do governo de Donald Trump —, e ajudou a evitar uma maior pressão inflacionária vinda do câmbio.
"Todavia, o cenário de incertezas inflacionárias locais continua, em especial com a questão fiscal criando tensão no contexto local, além do item alimentação ainda relevante em termos de preços no curto prazo", diz o documento.
A Argentina, que havia registrado um juro real de 3,92% na última medição da MoneYou — ficando na 8ª posição do ranking de maio — subiu para a 4ª posição em junho, com um juro real de 6,70%.
Veja abaixo os principais resultados da lista de 40 países.
Taxas de juros atuais descontadas a inflação projetada para os próximos 12 meses
Alta da Selic
Nesta quarta-feira, o Copom anunciou sua decisão de elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para a casa de 15% ao ano.
Com isso, a Selic atinge o maior patamar em quase 20 anos — em julho de 2006, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a taxa estava em 15,25%.
O anúncio desta quarta-feira ainda marca a sétima elevação seguida na Selic. Na decisão anterior, em maio, a autoridade monetária havia elevado a taxa básica em 0,50 ponto percentual, para a casa de 14,75% ao ano.
Juros nominais
Considerando os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira permaneceu na 4ª posição.
Veja abaixo:
- Turquia: 46%
- Argentina: 29%
- Rússia: 20%
- Brasil: 15%
- Colômbia: 9,25%
- México: 8,5%
- África do Sul: 7,25%
- Hungria: 6,5%
- Índia: 5,5%
- Indonésia: 5,5%
- Filipinas: 5,5%
- Polônia: 5,25%
- Chile: 5%
- Hong Kong: 4,75%
- Estados Unidos: 4,5%
- Israel: 4,5%
- Reino Unido: 4,25%
- Austrália: 3,85%
- República Tcheca: 3,5%
- Nova Zelândia: 3,25%
- China: 3%
- Malásia: 3%
- Canadá: 2,75%
- Coreia do Sul: 2,5%
- Suécia: 2,25%
- Alemanha: 2,15%
- Áustria: 2,15%
- Espanha: 2,15%
- Grécia: 2,15%
- Holanda: 2,15%
- Portugal: 2,15%
- Bélgica: 2,15%
- França: 2,15%
- Itália: 2,15%
- Taiwan: 2%
- Cingapura: 1,77%
- Tailândia: 1,75%
- Dinamarca: 1,6%
- Japão: 0,5%
- Suíça: 0,25%
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