Entre no
nosso grupo!
WhatsApp
  RSS
  Whatsapp

  19:02

Moraes teria pressionado até a PF a favor de negociação do Master e BRB

 Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Banqueiros e autoridades de Brasília teriam recebido informações da ação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pressionando até a Polícia Federal para obter detalhes sobre as investigações envolvendo a aquisição do Banco Master pelo BRB. Os relatos também mencionam que ele teria pressionado o Banco Central (BC) a respeito do tema.

A suposta atuação do ministro foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta quarta-feira (24/12), em coluna assinada pela jornalista Mônica Bergamo. De acordo com a publicação, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, teria comunicado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o caso e recebido como orientação: “Faça o que for necessário”.

ESCÂDALO DE CORRUPÇÃO

As investigações resultaram, em novembro, na prisão do presidente do Master, Daniel Vorcaro, durante uma operação da Polícia Federal. Na mesma data, o Banco Central decretou a liquidação da instituição. Executivos do banco e dirigentes do BRB são alvos do inquérito. A Folha relembra ainda que a esposa de Moraes, a advogada Viviane Barci de Moraes, mantém contrato de R$ 129 milhões com o Master, como divulgado anteriormente pelo jornal O Globo.

Apesar das suspeitas, Rodrigues negou à Folha que tenha discutido o assunto com o ministro.

“Eu já ouvi comentários, mas isso é mentira. O ministro Alexandre de Moraes nunca tratou desse tema comigo”, afirmou o diretor-geral à colunista.

Ele acrescentou que, embora costume dialogar com Moraes sobre investigações que tramitam no STF, “o caso do banco Master jamais foi mencionado”. O diretor também desmentiu ter informado Lula sobre qualquer contato com o magistrado relativo às apurações.

MAIS DENÚNCIA CONRA MORAIS

Nesta mesma semana, uma reportagem da colunista Malu Gaspar, de O Globo, afirmou que Moraes teria pressionado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em defesa de interesses do Master. Segundo a jornalista, o ministro perguntou sobre o andamento da venda para o BRB em pelo menos três ligações telefônicas e chegou a participar de uma reunião presencial.

Moraes refutou as acusações. Em nota divulgada pelo STF na terça-feira (23/12), a Corte afirmou que o ministro tratou com Galípolo apenas de assuntos relacionados às sanções impostas a ele pela Lei Magnitsky, o que sabidamente, não é competência do Banco Central. O comunicado sustenta ainda que “não existiu qualquer ligação telefônica entre ambos sobre esse ou qualquer outro tema”.

O STF também declarou que o escritório de advocacia de Viviane Moraes “nunca atuou na operação de aquisição BRB-Master junto ao Banco Central”, mas até agora ninguém falou sobre o porque dela manter um contrato milionário com o banco. Qual seria, então, seus serviços? O BC confirmou que houve encontro entre Galípolo e Moraes para tratar da Magnitsky, sem detalhar se a conversa envolveu a transação do Master.

Alexandre de Moraes e sua esposa haviam sido incluídos em uma lista de sanções financeiras pelo governo dos Estados Unidos em 30 de julho, sob a alegação de interferência contra empresas americanas e restrições à liberdade de expressão. As penalidades foram retiradas em 12 de dezembro, após reuniões entre os presidentes Lula e Donald Trump.

Mais de Brasil