
A polêmica em torno dos shows milionárias nos festejos da cidade de Cocal, no Norte do Piauí, ganhou novos capítulos neste sábado (9) após o DJ Alok, uma das principais atrações previstas para o evento, se manifestar publicamente sobre o cancelamento dos shows. O artista declarou apoio à decisão judicial que suspendeu a festa e afirmou que desconhecia a situação financeira do município.
“Fui convidado para me apresentar na cidade de Cocal, em um festival de três dias que abrange toda a região e conta com outras grandes atrações nacionais. Soube pela imprensa sobre a suspensão do evento e quero dizer que eu concordo com a decisão porque eu não sabia sobre as condições do município. Também gostaria de dizer que há um setor responsável por definir critérios onde serão meus próximos shows, decisões das quais nem sempre tenho conhecimento prévio. Já solicitei que haja um cuidado maior na aplicação desses critérios daqui em diante”, escreveu o artista no X, antigo twitter.
PREFEITO DECLAROU CALAMIDADE E GASTARIA MAIS DE UM MILHÃO COM FESTA
Segundo o Ministério Público, Alok havia sido contratado por R$ 800 mil; Natanzinho Lima por R$ 650 mil; Hungria Hip Hop R$ 250 mil; e a banda católica Anjos de Resgate por R$ 140 mil, totalizando cachês de R$ 1,84 milhão, valor considerado desproporcional pelo Ministério Público do Piauí (MPPI) diante do cenário fiscal da cidade.
No início do ano, o prefeito Cristiano Felippe de Melo Britto decretou estado de calamidade financeira, alegando que o município comprometia 85,66% da sua Receita Corrente Líquida com despesas. Mesmo assim, a gestão autorizou os contratos milionários para o evento, o que motivou a ação civil pública do MP. A Justiça acatou o pedido e determinou a suspensão imediata dos shows e dos pagamentos, fixando multa diária de R$ 3 milhões em caso de descumprimento. A decisão também ordenou a retirada de outdoors com imagens do prefeito e de sua esposa, o que é crime de promoção pessoal, sob pena de multa de R$ 50 mil por pessoa.
Além da repercussão, a suspensão do evento acirrou a disputa política local. O prefeito Cristiano Britto acusou o ex-prefeito e atual deputado estadual Rubens Vieira de ser o autor da denúncia que resultou na ação do Ministério Público. Rubens, por sua vez, gravou um vídeo negando qualquer participação e afirmou que a iniciativa foi exclusivamente do órgão ministerial.
DISPUTA POLITICA ACIRRADA QUE ATÉ PREFEITO RENUNCIOU AO MANDATO
O caso dos shows cancelados se soma a um ambiente político extremo em Cocal e uma disputa em busca de ego próprio. Na eleição passada, em que Cristiano saiu vitorioso, ele enfrentou um adversário que havia assumido a gestão do município após o prefeito renunciar ao cargo, algo extremamente difícil de ver. Na época, acusaram justamente Rubens Vieira de ser o manda-tudo no grupo politico e não queria o prefeito concorrendo à reeleição, por que estaria desgastado e poderia perder. E perdeu mesmo.
Nonatinho do Sindicato (PT), sem qualquer justificativa, renunciou ao cargo no inicio do ano de 2024, ele eleitoral. O vice-prefeito Douglas Lima (PSD) assumiu o comando e sete esses depois se envolveu em um escândalo nacional ao usar dinheiro do SUS para bancar uma amante. A informação, a época, foi publicada inicialmente pelo site nacional metrópoles.
Já este ano, Nonatinho do Sindicato rompeu com o grupo político de Rubens Vieira, alegando falta de reciprocidade e insatisfação com os rumos da base aliada. O deputado reagiu chamando o ex-aliado de “ingrato” e lembrando que foi um dos principais responsáveis pela sua trajetória política.
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