
Um crime ousado, cinematográfico e que chegou a ser destaque internacional completa 20 anos nesta quarta-feira (06). Na madrugada no dia 6 de agosto de 2005, criminosos invadiram a caixa-forte do Banco Central, em Fortaleza, e levaram quase R$ 165 milhões de reais.
O furto ao Banco Central é considerado o maior furto da história do Brasil.
Relembra como o crime ocorreu:
Roubo planejado

Na Rua 25 de março, na capital cearense, ainda está de pé a casa que serviu de fachada para o furto ao Banco Central. O local virou até ponto turístico por um tempo. No seu interior, está localizado o túnel que levou os criminosos até o banco.
A quadrilha alugou a casa e abriu, em seguida, uma empresa de venda de grama sintética. Durante três meses, eles cavaram o túnel, revestiram a coluna e colocaram vigas de madeira para evitar desabamentos. O buraco contava com um sistema de iluminação elétrica e até ar-condicionado.

O túnel tinha aproximadamente 80 metros de comprimento e levava até a sede do banco, onde os criminosos tiveram acesso ao cofre durante um fim de semana.
Em uma ação silenciosa, sem dar tiros ou disparar alarmes, foram levados quase R$ 165 milhões de reais. O crime só foi descoberto no início do expediente da segunda-feira, dia 8 de agosto.
Mais de 100 suspeitos

Do dinheiro furtado, a Polícia Federal estima que, no máximo, R$ 60 milhões foram recuperados, por meio da venda de bens dos participantes ou pelo resgate de quantias em espécie durante as investigações.
O furto ao Banco Central contou com a participação de mais de 120 pessoas. A Justiça Federal no Ceará condenou 119 réus (alguns deles repetidos), nos 28 processos originados pelo furto.
Os réus foram acusados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de furto qualificado, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento falso e extorsão mediante sequestro, conforme a participação individual. As penas determinadas pelos juízes variaram de 3 a 170 anos de prisão.
Mas os réus recorreram às instâncias superiores. Pelo menos 24 dos condenados em primeira instância conseguiram absolvição no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). E ao menos 55 tiveram a pena reduzida.
Mentor do furto segue preso
Já o mentor do furto, Antônio Jussivan Alves dos Santos, o 'Alemão', está no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. 'Alemão' estava em uma unidade prisional em São Paulo até o ano de 2016, quando retornou ao Ceará.
Em agosto de 2017, criminosos tentaram resgatar internos, dentre eles Antônio Jussivan, da Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba, município da Grande Fortaleza.
Em posse de armas de grosso calibre, os criminosos dispararam e entraram em confronto com policiais militares e agentes penitenciários. Durante o tiroteio, Jussivan chegou a ser baleado com três tiros no abdômen e foi hospitalizado.
No mês de dezembro de 2017 ele foi transferido ao Presídio Federal de Catanduvas, onde permanece até então. "Alemão" foi condenado por furto, formação de quadrilha e uso de documento falso.
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